Semana do Dia Internacional da Mulher: como os centros automotivos se preparam para atendê-la?
A Sophia Mind, empresa de pesquisa vinculada ao site Bolsa de Mulher, realizou um estudo com 963 mulheres para investigar o comportamento feminino no mercado de automóveis. E na Semana do Dia Internacional da Mulher, a Prolub traz os números que merecem reflexão.
Entre donas de veículos próprios, menos da metade eram as responsáveis por levá-lo para revisões periódicas (49%) ou para consertos (47%). A tarefa é na maior parte delegada aos maridos (37%), filhos (3%), pais (5%) ou outros.
Quando se observa apenas o grupo de proprietárias de carro casadas, então, é tarefa dos maridões não apenas as revisões (66%) e consertos (70%) dos carros delas, mas também cabe a 53% deles a limpeza e a 31% o abastecimento do carro da companheira.
Se praticamente uma em cada três mulheres casadas sequer abastece o próprio carro, não é de se admirar que o conteúdo dos capôs seja um mistério tão grande. A pesquisa também investigou o motivo de as mulheres não levarem os próprios carros a oficinas: à exceção de falta de tempo (23%), os motivos têm a ver com essa divisão entre gêneros: 10% delas temem serem enganadas, 10% acham o ambiente masculino demais, 4% disseram que o marido prefere desta forma e a imensa maioria, 43% delas, disseram que não o fazem por falta de conhecimento técnico.
Como um centro automotivo pode trabalhar com as mulheres?
Esse último dado vem ao encontro da percepção de Cristiane Sartori, gerente de um centro automotivo em Porto Alegre. A cada par de meses, por iniciativa dela, a oficina oferece um curso gratuito de um turno com noções básicas de mecânica para mulheres. Divulgado ao mailing da oficina e em redes sociais, o curso sempre lota:
— Uma vez testamos abrir para homens também, mas percebemos que não funcionou. As mulheres ficaram acanhadas e praticamente não fizeram perguntas. Somente entre mulheres, elas se sentem à vontade de perguntar algo que possa ser muito simples, mas que elas não sabem — conta Cristiane.
Segundo Cristiane, o curso serve justamente para dar essas noções básicas do funcionamento de um carro. Para que as alunas visualizem a parte debaixo de um veículo suspenso, o motor, as principais peças, além de noções básicas de manutenção, como o cuidado com combustíveis, óleos e pneus. Tudo para as alunas não serem engambeladas no eventual trato com oficinas e, principalmente, para não perder a hora das revisões e ignorar problemas importantes — uma situação recorrente em carros de mulheres, por elas adiarem as manutenções para quando o marido ou outro familiar tiver tempo de ajudá-las.
— Por isso, sempre desconfio de carro limpinho. Se o carro estiver muito limpo é porque não está sendo nem usado e muito menos revisado — brinca Josiane Moreira, 28 anos e mecânica da concessionária.
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